Ao recebermos um paciente em nosso consultório, devemos pensar que, naquele momento, ele deposita em nós toda sua confiança. E o que devemos oferecer é nosso conhecimento de forma clara e objetiva. Para tanto, é fundamental a elaboração de um diagnóstico o mais rigoroso possível, informando ao paciente tudo o que for relevante.  A coleta de dados para elaboração do diagnóstico é realizada através de exame clínico, solicitação da documentação ortodôntica, posterior apresentação do diagnóstico e plano de tratamento ao paciente ou responsável, só então daremos início ao tratamento propriamente dito.

O tratamento ortodôntico pode ser dividido em três tipos de abordagem: preventivo, interceptativo e corretivo.
A fase preventiva ocorre a partir do nascimento da criança, e envolve diversos procedimentos que podem ser realizados pelos pais da criança e pelo Odontopediatra. Esses procedimentos incluem a criação de hábitos saudáveis de higiene bucal, eliminação de numa fase precoce de hábitos deletérios(chupar dedo, chupeta, roer unha), visitas regulares para prevenção da cárie e acompanhamento do desenvolvimento da oclusão. A presença dos dentes de leite é muito importante, uma vez que eles servirão de guia para erupção dos dentes permanentes.
 

 

A fase interceptativa de alguns problemas da oclusão pode ser realizada durante a troca dos dentes de leite pelos permanentes, por volta dos 7 ou 8 anos. Envolve procedimentos capazes de intervir no desenvolvimento inicial de qualquer anormalidade que gere desequilíbrio, eliminando os fatores responsáveis pelo problema e favorecendo o desenvolvimento da oclusão.

Nessa primeira fase, a severidade da má-oclusão pode ser diminuída. Numa segunda fase, após a erupção de todos os dentes permanentes, poderá ser iniciada outra fase do tratamento, a corretiva, para finalização.

Problemas comuns encontrados nesta fase são: mordida cruzada posterior e anterior, apinhamento, mordida aberta, sucção de dedo e chupeta.

A fase corretiva inicia-se quando o problema já está instalado, o desenvolvimento da oclusão está completo e/ou não existe mais crescimento significativo que possa contribuir para melhora de um problema esquelético. Normalmente nesta fase o tratamento envolve aparelhos fixos com brackets. Alguns casos passarão pela fase interceptativa e depois seguirão para a fase corretiva para a correção de dentes girados ou problemas que somente podem ser resolvidos com aparelho fixo.

É um consenso geral, que o acompanhamento do desenvolvimento da oclusão realizado pelo odontopediatra e posteriormente pelo ortodontista é a melhor forma de evitar maloclusão na idade adulta.